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1.150m2 em isolamento

1.150m2 em isolamento

Texto Vânia Guerreiro

Fotografia Luís Viegas

15 fevereiro, 2021

Os trabalhos nas Prensas continuam para preparar a instalação da nova linha de corte e Isabel Nunes, engenheira civil e especialista de infraestruturas, partilha os pormenores e desenvolvimento desta obra.

4 min. leitura

Texto Vânia Guerreiro

Fotografia Luís Viegas

15 fevereiro, 2021

Os trabalhos nas Prensas continuam para preparar a instalação da nova linha de corte e Isabel Nunes, engenheira civil e especialista de infraestruturas, partilha os pormenores e desenvolvimento desta obra.

Que solução foi encontrada para fazer uma obra desta dimensão sem parar a produção e sem contaminar as platinas e peças estampadas?

Como o corte, demolição das lajes, escavação das fundações, decorre em simultâneo com a atividade das prensas foi preciso criar uma zona de isolamento entre a obra e as operações da produção. Ou seja, as obras decorrem entre as duas linhas de corte existentes onde estão as platinas que não podem apanhar pó e outros resíduos. Por isso, vemos agora uma tenda a isolar os 1.150 m2 de área da obra.

Como é a tenda de isolamento da obra?

A solução não foi linear. O espaço a isolar não tem uma dimensão e forma simples. Tudo foi estudado ao milímetro para garantir que a operação de estampagem de peças continuasse sem obstrução.

A passagem para o abastecimento das bobines de aço às linhas em funcionamento tem de se manter, assim a tenda principal teve de acabar 6,5 metros afastada da parede da nave para que houvesse um corredor para o operador passar com a bobine. Foi criado um túnel todo transparente com apenas 5 metros de altura para que a bobine passe por cima, assim o operador poderá acompanhar a operação com total visibilidade.

Como, as pontes rolantes têm de continuar a mover-se e passam por cima da tenda, a sua altura estava limitada ao espaço livre existente por baixo das mesmas, a tenda ficou com uma altura livre de 10 metros o que condicionou a escolha dos equipamentos para realizar esta obra, normalmente estas obras são realizadas a céu aberto e a maioria das máquinas tem braços muito superiores a 10 metros.

O teto e laterais da tenda são transparentes para que seja possível aproveitar a iluminação da nave e não sobrecarregar a estrutura da tenda com a sua carga e por outro lado não termos um custo adicional com a iluminação do interior da obra.

As telas que envolvem a tenda têm um sofisticado sistema de sobreposição e fixação para que todo o interior fique hermético. Uma faixa de 5 metros de tela transparente da cobertura pesa 130 Kg e para ser montada exige um engenhoso sistema de roldanas.

De que modo é feito o acesso à tenda?

A natureza desta obra impunha que a mesma tivesse uma entrada independente. Foi aberto um acesso ao exterior na nave de prensas, diretamente para o interior da tenda. Há uma elevada quantidade de camiões a entrar e a sair para transportar as terras da escavação. E, em alguns períodos, os camiões de betão terão um ciclo de abastecimento intenso. A sujidade dos rodados dos veículos não era compatível com o grau de limpeza exigido nas prensas.

Esta é uma tenda invulgar até no tratamento do ar interior. Como se processa?

O interior da tenda tem de ter um ar respirável para todos os trabalhadores e a pressão tem de ser inferior à pressão atmosférica para garantir a retenção das poeiras na zona de obra. Esta é uma característica invulgar numa tenda dedicada à construção civil. Por exemplo, a nossa nave da pintura funciona precisamente ao contrário: encontra-se em sobrepressão no seu interior para manter as impurezas no exterior.

11.000 m3 é o valor aproximado do volume de ar a tratar. Para garantir as condições do projeto foram montadas duas linhas paralelas de conduta ao longo dos 50 metros de comprimento da tenda, uma com diâmetro de 1 m e a outra com 1,5x1,0 m.